No capítulo de sexta (27),
Miguel revelou parte de seu passado a Alice. O novo aluno disse que seu pai é
muito autoritário e de vez em quando batia nele e em sua mãe. E foi justamente
para encarar essa dura realidade que o rapaz passou a jogar RPG. Para falar
sobre o início dessa jornada vampiresca que dura até hoje, o R7 bateu um papo
com Miguel. Confira:
R7 - Como o RPG pode ajudar alguém a
encarar uma realidade não muito legal?
Miguel - No meu caso foi quase
terapia. Eu ficava muito tempo em frente ao computador jogando pra esquecer os
problemas. Não tinha quase amigos e um dia escutei meu pai e a minha mãe falando
de RPG. Fiquei curioso e fui saber do que se tratava. Achei muito interessante.
E não se trata de sair da realidade, mas de criar um mundo aonde você é outra
pessoa. Nunca deixei de saber quem eu sou de verdade.
R7 -
Usando o RPG como “fuga”, é perigoso confundir fantasia e realidade?
Miguel - Eu acho que pode ser perigoso. Tem que ter alguém esperto no
jogo pra não deixar isso acontecer. E na hora do jogo, as pessoas que estão
jogando precisam encarar as personagens como se fosse de verdade. Lá fora muita
gente joga e se diverte bastante. Aqui é mais complicado.
R7
- Por que você decidiu seguir jogando RPG mesmo afastado de seu pai?
Miguel - Porque eu gostei do jogo. Sempre fui fascinado pelo mundo
gótico. A minha irmã precisava de ajuda pra poder encarar melhor os sentimentos
dela e o jogo ajuda.
R7 - E como a Lucy entrou nessa?
Miguel - A Lucy sempre foi uma menina muito sozinha. Ela precisava
interagir com gente. Ela gosta de jogar. Na verdade, ela precisa jogar.
R7 - O que seu pai achou quando você começou com o RPG?
Miguel - Como eu disse, eu achei muito interessante. Era uma maneira
divertida de passar o tempo com os amigos e ao mesmo tempo, ajudou muito meus
pais.
R7 - Alice nunca sabe quando você está sendo o Miguel
ou o Conde. No fim, eles são a mesma pessoa? Como você não se confunde?
Miguel - Ela sabe, sim. A Alice é muito inteligente. O que eu acho é que
ela estava em uma fase confusa e se deixou levar pela fantasia. Foi mais fácil
pra ela acreditar que estava confusa. Mas eu entendo. E eu não me confundo
porque eu sei que o Conde é uma criação, uma personagem do jogo.
R7 - Que recado você daria aos jovens que, assim como você,
enfrentam dificuldades na infância? Miguel - Eu acho que cabe aos pais
escolherem o caminho que os filhos vão trilhar pra descobrirem como lidar com os
problemas. Eu dei um jeito, mas fiz terapia e encarei os problemas. O jogo é só
pra divertir.
Juntos Até o Fim Juntos Até o Fim Rebelde (Brasil) Tem coisas na vida Que nunca vão mudar Um momento bom Só é bom se tiver,alguém pra dividir Todo mundo tem segredos para contar Todo mundo tem que ter alguém para confiar Alguém que você possa desabafar Alguém que o destino pos pra te ajudar Quando o dia vira a noite você está a só Quando se perder eu vou te achar
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